Jeremy Deturche
Possui Doutorado em Etnologia – Université de Paris Ouest Nanterre la Défense, antiga Paris X-Nanterre (2009), com enfase em Etnologia Amérindia das Terras Baixas Amazonicas. Apos uma pesquisa bibliografica sobre o uso dos venenos na Amazonia indigena, a qual problematiza a existencia de um conceito de veneno, efetuou um pesquisa de campo na França, no mundo rural da criação de gado leiteiro em Haute-Savoie. Em seguida começou uma pesquisa entre os Katukina do Rio Bia (estado de Amazonas) com foco na organização social e a historia, que foi o tema da tese de doutorado. Hoje pretende continuar o trabalho sobre esta região, com os Katukina, desenvolvendo uma pesquisa das relações cotidianas entre humanos e não humanos e retomar as pesqsuisas juntos a criadores de vacas entre França e Brasil com um foco na antropologia da tecnica. Professor na Universidade Federal de Santa Catarina é pesquisador do Coletivo de estudos em ambientes, percepções e práticas – UFSC, do Instituto Brasil Plural – INCT – UFSC e do Laboratorio de Antropologia da Ciencia e Tecnica – UNB.
Filiação institucional
Professor no Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina
Projeto de pesquisa atual
Antropologia da técnica e das práticas: objetos, gestos e animais
Esse projeto de pesquisa tem como objetivo fazer dialogar a partir de problemáticas etnográficas análises oriundos da antropologia da técnica francesa, dos trabalhos de Ingold e das reflexões do filósofo da técnica Gilbert Simondon. Os pontos de partida se encontram na complexidade das relações entre humanos e o mundo material. Não se trata de pensar a partir das problemáticas que podemos encontrar nos clássicos das pesquisas da dita Cultura Material (sem por isso renegar de antemão a expressão mas redefinindo-a). O ponto de partida seria mais orientado para as pesquisas que pensam em termos de ambiente ou de ecologia. O ambiente aqui não se refere a uma natureza ecologicamente “funcional” em oposição ao mundo cultural dos humanos. Pelo contrário, se trata de resgatar junto com Sautchuk (2011), o sentido que podemos achar em Mauss no seu “ensaio sobre as variações sazonais das sociedades esquimós: estudo de morfologia social”. Nesse caso o ambiente não é um dado no qual se contrapõe a sociedade, numa oposição dualista natureza /cultura que a antropologia dessas ultimas décadas esta repensada mas sim um fluxo de relações mediadoras. Nessa perspectiva o objetivo é compreender como se constitua essa materialidade do mundo e particularmente como as técnicas (ferramentas, gestos, robô…sistemas de produção) se encontram como meio relacional entre humanos e ambiente. A ideia de meio relacional é fundamental pois sustenta que não se trata de pensar os termos como inicialmente separados mas num processo de emergência ou individuação. Em termos da relação aos animais implica de pensar a domesticação como um processo técnico e não uma caraterística de certos animais. Antes de tudo ela é uma relação mediada tecnicamente entre humanos e animais. Isso implica um cuidado descritivo sobre os gestos e as ferramentas ou máquinas implicadas e constituindo um meio “domesticatorio”. Nesse sentido, noções como meio associado de Simondon ou a ecologia de Ingold ou o sistema técnico da antropologia da técnica se revelam preciosas.
Áreas de Atuação
Etnologia indígena
Teoria antropológica
Antropologia rural
Cursos e disciplinas
Antropologia da tecnica
Antropologia dos objetos
Principais Produções