Felipe Sussekind

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Professor do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde coordena o Laboratório de Estudos Socioambientais. Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ e mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio, tem pesquisas na área da antropologia da ciência e da tecnologia e estudos multiespécies. Publicou em 2014 O Rastro da onça: relações entre humanos e animais no Pantanal (Rio de Janeiro: 7Letras).

Filiação institucional

Departamento de Ciências Sociais / Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Projeto de pesquisa atual

A controvérsia dos saguis

Ao longo das últimas décadas, duas espécies de micos do gênero Callithrix (Callithrix jacchus e Callithrix penicillata) colonizaram a mata atlântica da cidade do Rio de Janeiro – e de quase toda a região Sudeste –, hibridizando entre si e ocupando nichos ecológicos variados. Trata-se de um caso singular que envolve adaptação ecológica e constituição de relações multiespécies. Os híbridos resultantes deste encontro entre duas espécies são tratados por alguns pesquisadores – primatólogos, ecólogos, entre outros – como pragas que devem ser controladas, por outros como espécies invasoras, por outros ainda como o surgimento de uma nova espécie, um fenômeno a ser estudado. Para os moradores das imediações de áreas verdes da cidade ou frequentadores de parques, por outro lado, são alimentados vistos com simpatia. O primeiro passo do trabalho é investigar os processos de formação e constituição das comunidades híbridas em que os micos estão situados, ligadas à ecologia da floresta urbana. O objetivo seguinte é mapear as controvérsias socioambientais suscitadas introdução de uma espécie exótica, tendo como ponto de partida as discussões presentes no âmbito da primatologia científica.